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NÃO É SOBRE A “ANTIFA”, É SOBRE NÓS, PATRÍCIO!

Tem uma modinha (acompanhada de mapeamento logarítmico) na viralização dos filtros Antifas? Tem! Há um receio legítimo de se invisibilizar novamente a pauta racial ou se repetir a indignação performática adotada pela ex-querda no caso Marielle? Óbvio! Tem uma disputa nojenta de narrativa em torno de bandeiras altamente subversivas como “Antifa”, “Black Lives Matter”, “Cadê o Amarildo”? Quando não teve? Ocorre que o “sistema” (a ordem burguesa) está seriamente quebrado. Ele nasceu, cresceu e se fortaleceu a partir dos destroços humanos, colonização de outras culturas e da morte em vida de gente de carne e osso: sangue vermelho de gente preta e indígena em nome do progresso. Trata-se de uma ordem (normal) sistematicamente violenta e genocida.

Mas a “ordem” está seriamente quebrada (e a quebra é anterior ao SarsCov2, mas com ele assumiu proporções jamais vistas). Estamos diante de uma crise capitalista sem precedentes… Voltar ao “normal” é voltar para uma ordem violenta, estruturalmente racista… mas até o “normal” parece impossível diante do apodrecimento do sistema como um todo. O que está em jogo, neste momento, é que os beneficiários da ordem, para “conserta-la”, pretendem torna-la ainda mais violenta, genocida e precarizadora, contra pretos, indígenas, quilombolas, mulheres, trabalhadores (por isso, permitem um Trump, Bolsonaro, Kovind, Dória, Witzel…). O “sistema” certamente “será atualizado”, mas em que direção e em benefício de quem?

Cada segundo sem quarentena, cada ataque à previdência, cada corte de verbas da saúde ou da educação, cada chamada à priorização econômica (em detrimento da vida), cada centímetro de avanço ideológico e político da Direita e da Extrema Direita fundamentalista, é preto à mais morrendo ou sofrendo; é mais território indígena invadido e mais despejo de quilombola e sem teto…

É um momento decisivo da história, no maior país preto, fora do continente africano! O momento é de se posicionar e assumir a dianteira frente àquilo que terá consequências diretas para as VIDAS PRETAS…. mas o melhor que algumas lideranças intelectuais pretas têm a dizer no BBB Azul (Facebook) e no Twitter é “essa bandeira (Antifa) não é nossa!”… Oi? Como é que é, Pai???

Prefiro ouvir os mais velhos:

3 respostas em “NÃO É SOBRE A “ANTIFA”, É SOBRE NÓS, PATRÍCIO!”

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