“Mas afinal, Frantz Fanon era marxista? Como pode um pan-africanista, crítico radical do ocidente, ser marxista? Essa pergunta, que seria impensável há algumas décadas, tem surgido com uma força notável em nossas dias. Neste artigo, tento respondê-la, mas argumento que a questão principal não deveria ser o enquadramento teórico do referido autor, mas a investigação rigorosa de suas contribuições, a saber: “a análise concreta da situação concreta” nas sociedades coloniais, e em consequência, da sociedade capitalista como um todo. A pergunta sobre a filiação de Frantz Fanon se insere no contexto de uma disputa em torno de seu pensamento. A disputa essa que assume dimensão de treta entre o ANTICOLONIAL, o PÓS-COLONIAL e o DECOLONIAL, no entanto, a treta tem sido pautada por certo reducionismo do pensamento de autor ao se basear, muitas vezes, na mobilização de fragmentos de sua teoria para fundamentar projetos próprios, muitas vezes, alienígenas às preocupações do próprio autor. Veja o texto na íntegra