são tantas as vezes que a dor bate forte
e vida parece perecer frente a angustia
que a tempestade arrasta até mesmo as árvores de raízes mais profundas
deixando apenas lama e escombros sob o lindo céu azul
são tantos os momentos em que a estiagem seca o solo
onde caminha a alma
que se parece pisar descalço em um vulcão de dor
mais quente que o gelo do inferno
são muitas as vezes que de tanta angustia
o choro trava na garganta
retornando em refluxos internos que corroem o peito
são muitos os gritos de agonia sussurrados no escuro dos dias poluídos de SP
são tantos “tantos” que que me preenchem o ser
e esvaziam a alma
vazio
em demasia
Deivison Nkosi – 2011