(Para Neusa Santos Souza)
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Sair da grande noite?
sortir de la grande nuit?
Será possível?
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Eu sei, eu sei: o Grande disco dourado;
fonte da beleza de Nefertiti
inspiração para os poetas mais criativos
(e os religiosos mais mediocres):
calor sagrado que permite a vida
tal como a concebemos…
radiações espectrais
que acariciam a nossa pele no inverno
dengo profano entre a luz e a melanina…
.
Mas o que seria, até D’ele,
aparente senhor absoluto
sem o seu cosmico xirê espiral
em vias lácteas
ao redor de um atraente buraco (NEGRO)?
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Se “a noite é o estado natural do universo”,
ocultada por vigorosos lampejos diários
de raios estelares de quinta grandeza…
poderei eu, mero fragmento espaço-temporal,
extirpá-la do do universo, presente
inclusive, em meu infinito interior?
hummm…
Césaire, corri aqui, s’il vous plait?
Por Deivson Nkosi (da quarentena – 2021)